quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

VAGAS DE EMPREGO 07/12

Estaleiro Atlântico Sul fecha contrato de R$ 2, 2 bilhões para construção de navios

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O Fundo de Marinha Mercante concedeu prioridade de apoio financeiro à South American Tanker Company Navegação S.A. (Satco) para a aquisição de oito embarcações do tipo navio-tanque. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape (PE), tem memorando de intenções com o armador para a construção dos navios, no valor total de mais de R$ 2,2 bilhões.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado de Pernambuco e presidente de Suape, Thiago Norões, esteve na sede da Satco, em Londres, há dois meses, para tratar do projeto. “A maioria dos estaleiros brasileiros não sobreviveu ao momento econômico pelo qual estamos passando, enquanto os nossos souberam aprender com as dificuldades, aumentando seus níveis de competitividade e reconquistando encomendas que haviam sido perdidas, além de novos clientes, inclusive de fora do Brasil. O governo tem papel ativo no apoio a esse setor”, diz ele.
Segundo ele, o EAS e o Vard Promar, também localizado em Suape, têm carteiras de encomendas que asseguram suas operações pelos próximos anos.
O Fundo da Marinha Mercante também aprovou o valor de R$ 9,15 bilhões para o financiamento de projetos de indústria naval, dos quais R$ 3,18 bilhões serão destinados à construção de cinco navios-tanque do tipo suezmax pelo EAS.
A Satco é uma EBN (Empresa Brasileira de Navegação), com investidores internacionais, e tem ligação com a Eastern Pacific Shipping (EPS), com sede em Cingapura.

Além do EAS, o estaleiro Vard Promar começa a redesenhar seu perfil de atuação e trabalha para obter encomendas no setor de reparos.

Com investimento bilionário, Ecopetrol quer entrar no mapa de produção de petróleo brasileiro


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A estatal colombiana Ecopetrol ampliou seu foco em exploração e produção no último plano de negócios, divulgado em novembro deste ano, com a previsão de investir US$ 3,5 bilhões em 2017, sendo US$ 2,2 bilhões apenas para desenvolvimento da produção e US$ 650 milhões em projetos de exploração, mas apenas cerca de 5% desses valores seriam voltados ao mercado internacional. Ainda assim, o interesse da empresa pelo Brasil continua grande, segundo o presidente da Ecopetrol no País, João Clark, que integra a série de entrevistas com companhias de petróleo presentes no mercado brasileiro.
O executivo explica que a empresa quer ter uma atividade maior e um retorno mais rápido no Brasil, com um portfólio mais amplo, além dos três blocos exploratórios que já possui no território nacional – onde opera um bloco na Bacia Potiguar e um bloco na Foz do Amazonas, além de ter participação em um bloco na Bacia do Ceará. “Queremos colocar a Ecopetrol definitivamente no mapa de produção de petróleo brasileiro. Mas nosso interesse é ter produção de barris rentáveis. Para isso, preciso ter acesso a áreas e ofertas de bons negócios”, diz, ressaltando que as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo, como o fim da obrigatoriedade de operação única no pré-sal, deixam os operadores otimistas com o futuro no País.
Como avalia o momento do setor de petróleo brasileiro e as mudanças que estão sendo realizadas no País?
O momento é muito positivo para todo o setor, não só para os operadores, mas para companhias de serviço também. Essas mudanças são aquelas que a indústria sempre veio solicitando. Foi uma luta de anos, em que a indústria se mobilizou, vem tentando implementar essas mudanças e agora elas estão realmente acontecendo. Algumas já aconteceram e outras o governo está apontando que vai fazer. Então o governo está deixando os operadores mais otimistas em relação a um novo ciclo virtuoso de atividades de exploração e produção no Brasil, que impacta toda a cadeia produtiva do segmento.
De um modo geral, independente da política de conteúdo local que se assuma, se não houver investimento, não têm negócios, acarretando no congelamento de serviços e uma queda dos serviços associados.
Se há duas coisas que as companhias petrolíferas lidam e sabem lidar é a variação dos preços do petróleo, a adaptação à realidade deles e a busca incessante de áreas para continuar suas atividades.
Como essas mudanças impactam o planejamento da Ecopetrol no Brasil?
A Ecopetrol sempre foi impactada pelo entorno político, porque entrou no Brasil exatamente – por uma coincidência ruim para nós – quando houve o fechamento das rodadas, a mudança do marco regulatório, então sempre teve uma dificuldade muito grande de construir um portfólio de acordo com o que queria.
A nossa principal meta é melhorar o portfólio no País, ter um portfólio mais valoroso do que o que temos hoje em dia. E vemos como a principal questão nesse momento a capacidade de ter mais acesso a áreas de menor risco e maior potencial.
Como avalia o fim da obrigatoriedade de operação única no pré-sal?
Avalio como a única chance que se tem para poder lançar novas áreas exploratórias. Já está mais do que provado que o risco não é zero ali. Tem áreas onde não foi comprovada a descoberta, e existem grandes áreas ainda disponíveis. A chance de ter sucessivas rodadas para essas áreas só se alcança com a quebra dessa obrigatoriedade. Porque a Petrobrás estava sem condições de poder assumir áreas que não tivessem um risco tão baixo e que atendessem aos interesses da empresa. Mas hoje você pode ofertar essas áreas a empresas que podem assumir esses riscos e a Petrobrás pode optar se vai querer participar ou não.
Nesse tempo todo, só teve um bid round no pré-sal, e sabemos que não foi competitivo, porque só um consórcio participou e com a oferta mínima. Ou seja, em seis anos, apenas uma rodada.
Quais os maiores interesses da Ecopetrol no mercado de óleo e gás brasileiro atualmente?
Ter um portfólio balanceado, equilibrado. Para isso, é preciso que haja mais ofertas de blocos. Queremos focar em áreas de menor risco. É importante enfatizar que a Ecopetrol é uma companhia que conseguiu fazer um trabalho muito forte de transformação, controle de custos e disciplina de capital. E só vai investir em negócios que sejam rentáveis e com break even na realidade dos preços atuais.
Mas tem interesse em áreas específicas?
Estamos trabalhando na formulação de uma estratégia para o Brasil e na definição de áreas foco para atuarmos. Essa definição virá de um trabalho alinhado com a estratégia corporativa de crescimento e em breve teremos a definição para o Brasil e outros países.
Quanto a empresa teria para investir no País?
Ainda estamos trabalhando isso. Estamos desenvolvendo um plano de negócios e vendo quanto que teríamos disponível, mas ainda não temos esse número. Mas o Brasil segue sendo um país de interesse de crescimento para a Ecopetrol.
A companhia tem interesse em participar dos leilões de novas áreas previstos para 2017?
Ainda não tenho essa definição. Qualquer leilão, nós iremos olhar. Se vamos participar, vai depender das regras e das áreas que serão ofertadas.
Como avalia as mudanças no setor de gás natural? Há planos sendo fomentados internamente na companhia em função deste processo?
Nós estamos acompanhando essas mudanças de perto, queremos estar bem situados sobre o que está acontecendo e sobre os movimentos das companhias nesse setor, mas por enquanto não temos nenhum interesse a curto prazo neste sentido, porque nosso portfólio hoje ainda é muito limitado no País para entrar em gás. Mas estamos acompanhando de perto e observando as movimentações.
Quais são os fatores mais atraentes do mercado de óleo e gás brasileiro e quais os maiores desafios dele para a empresa?
O maior atrativo, sem dúvida, é o grande potencial geológico do País. Todos os especialistas do setor de petróleo e gás sabem que ainda tem muito petróleo a ser explorado e descoberto no offshore brasileiro. Poucos países têm isso. Já dentre os desafios estão a segurança jurídica e política de que as coisas vão tomar o rumo que se espera; toda essa dificuldade que temos no Brasil para que os processos se acelerem, que o desenvolvimento aconteça; os custos de serviços num cenário de queda de preço; e o alto custo do petróleo em águas profundas, além das dificuldades de licenciamento ambiental.
Como vê a política de conteúdo local? Quais os erros e os acertos dela, a seu ver?
Essa é uma discussão complexa. Volto sempre a afirmar que ninguém em sã consciência vai ser contra uma política industrial que busque o desenvolvimento das empresas nacionais. Só acho que se criou um modelo tão complicado, baseado em penalizações – e que deu resultado num primeiro momento, mas que foi crescendo e se complicando –, que virou um entrave para os investimentos. Se as empresas não conseguem ser competitivas em termos de preço, prazo e qualidade, a operadora tem que ter a opção de comprar esses produtos e serviços no exterior. É preciso ter linhas básicas. O que está sendo proposto hoje acho bastante razoável. Ter um conteúdo local global e incentivar que as companhias fornecedoras nacionais possam vender também fora do País.
Se a Ecopetrol considerar uma empresa brasileira competitiva internacionalmente, vai comprar dela na Colômbia também. Se o conteúdo local fizer com que a empresa aumente sua margem também em outros países, então estou incentivando o conteúdo local. Se eu levar cinco árvores de natal produzidas no Brasil para a Colômbia, eu deveria ter esse crédito de conteúdo local para usar no meu projeto no Brasil.
Acho que se você passar para um modelo mais de incentivo e menos de penalização já melhora muito. Outra coisa é que não seja mais fator de oferta nas rodadas. Isso foi uma distorção que atrapalhou muito e acabou gerando muitas multas. Você não consegue imaginar como vai ser a realidade da indústria em seis ou sete anos, quando começar a desenvolver seu descobrimento.
A política de conteúdo local vai continuar, mas precisa ser menos punitiva e permitir que as empresas desenvolvam seus projetos. A Ecopetrol não vai ter dúvida em comprar de fornecedores brasileiros se forem competitivos, tiverem qualidade e atenderem aos prazos. Nestas condições, qualquer empresa vai comprar no Brasil.
Qual o planejamento da empresa no Brasil para os próximos anos?
É basicamente o crescimento do portfólio. Hoje temos três blocos exploratórios no Brasil, que se tiverem sucesso só vão dar resultado mais para o final da década de 2020, e isso é muito pouco para nós. Queremos ter uma atividade maior e um retorno mais rápido. Queremos colocar a Ecopetrol definitivamente no mapa de produção de petróleo brasileiro. Mas nosso interesse é ter produção de barris rentáveis. Para isso, preciso ter acesso a áreas e ofertas de bons negócios. Como fazer isso? Depende se realmente essas coisas vão acontecer. Ter rodadas em sequência, oportunidades rentáveis de farm in e farm out etc.


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