Produção Onshore será triplicada no Brasil, aponta governo
O governo quer que a produção onshore triplique no Brasil até 2030,
alcançando a marca de 500 mil barris de petróleo extraídos por dia até lá. Essa
é uma das metas traçadas pelo Programa de Revitalização da Atividade de
Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres
(REATE), lançado pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em
evento na Bahia nesta sexta-feira (27).
Apesar
do evento marcado para divulgar o plano, as diretrizes esboçadas até agora
ainda são um rascunho do que deverá ser o programa, cujo objetivo é, segundo o
governo, criar sinergias entre os produtores, fornecedores e financiadores
dessa atividade para aumentar a exploração e produção terrestre, com produção
crescente e com pluralidade de operadores e fornecedores de bens e serviços. A
versão detalhada deverá ser finalizada em março, indo a consulta pública em
abril, para aperfeiçoamento em maio e submissão ao Conselho Nacional de
Política Energética em junho.
No
documento apresentado durante o evento, são elencadas as seguintes ações e os
seguintes focos do programa: road-show das rodadas de licitação; sinergia com
programa de desinvestimento da Petrobrás; definição de um calendário de oferta
de novas áreas com mix apropriado de áreas a serem ofertadas; comercialização
do óleo e do gás; alternativas de financiamento; adequação regulatória;
exigências compatíveis ao nível de complexidade dos ativos terrestres; fomentar
sinergias no processo de licenciamento ambiental dos estados; questões
tributárias; levantamento da demanda e oferta de bens e serviços; atração de
novos fornecedores; desenvolvimento tecnológico e questões tributárias.
O ministro Fernando Coelho destacou a relevância dos pequenos
produtores e ressaltou que as centenas de empresas que atuam na produção
onshore devem ser valorizadas, pois geram milhares de empregos no interior do
país.
“Um
poço que produz 2, 3, 5 mil barris ao dia, no interior do Nordeste, é tão
importante quanto um poço do pré-sal que gera 50 mil barris ao dia”, disse,
durante a cerimônia de lançamento.
Atualmente,
a produção onshore no Brasil é de 143 mil barris de petróleo e 26 milhões m³ de
gás natural por dia, em oito estados, que englobam 10 bacias sedimentares. Isso
corresponde a 5,5% da produção nacional de petróleo e 23% da produção de gás,
segundo dados da ANP, sendo que 23 empresas são responsáveis pelos 7.855 poços
espalhados pelo onshore nacional, com uma média de 39 barris de óleo
equivalente (petróleo e gás) por poço. Desse total, 96% da produção de petróleo
e 70% da produção de gás são provenientes de operações da Petrobrás.
Na
cerimônia de abertura do evento, participaram o secretário de Desenvolvimento
Econômico da Bahia, Jaques Wagner; o diretor-geral da Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Décio Oddone; o presidente da
Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, e o secretário de
Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do MME, Márcio Félix, dentre
outros.Petronotícias
Empresa contrata Montador de Andaimes para trabalhar
em Macaé
Empresa contrata Montador de Andaimes para trabalhar em Macaé
O
montador de andaimes realiza atividades de montagem para permitir a execução de
trabalhos de construção, manutenção e montagens nas partes elevadas das obras;
modifica andaimes, alterando e ampliando armações, plataformas e outros
elementos, para adaptá-los à progressão das tarefas.
Tendo em vista as funções a serem desempenhadas, empresa
localizada em Macaé, no Rio de Janeiro, está contratando para as funções de
montador de andaimes e encarregado de andaimes. Os candidatos devem possuir
experiência mínima de 02 anos, curso CBSP, HUET, NR 11, NR 33 e NR 35. Os
profissionais devem residir em Macaé ou Rio das Ostras.
Os
interessados enviar currículo para curriculo@lklservicos.com.br
Por que a Shell não desiste do pré-sal
No calendário de grandes tacadas do mundo corporativo, pode-se
prever alguns grandes negócios no setor petrolífero neste ano. Pelo menos, para as
empresas que arrematarem os blocos de exploração nos dois leilões do pré-sal
que o governo federal promete lançar ainda em 2017. Na primeira rodada de
licitações, realizada em 2013, ainda sob o regime de partilha de produção, que
caiu após mudança regulatória no ano passado, o campo de Libra, na Bacia de
Santos, acabou nas mãos de um consórcio formado por Petrobras (40%), Royal
Dutch Shell (20%), Total (20%) e as chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%).
Todas
essas gigantes estão entre as favoritas, ao lado da norueguesa Statoil e das
americanas ExxonMobil e Chevron – que ainda não mostraram grande apetite pelo
pré-sal brasileiro –, para a segunda e a terceira rodadas. Segundo informações
divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia, na terça-feira 17/01, a segunda
rodada está prevista para o primeiro semestre e vai licitar áreas na Bacia de
Santos e na Bacia de Campos. Dentre todas essas companhias, uma atenção
especial deve ser dispensada à anglo-holandesa Shell, a terceira maior
petrolífera do mundo, com US$ 265 bilhões de faturamento e lucro de US$ 2,2
bilhões em 2015, que pode ser a grande estrela do pré-sal.
Ben van Beurden, CEO da
companhia desde 2014, esteve no Brasil em setembro passado, para um encontro
com o presidente Michel Temer, e na ocasião deixou claras as suas intenções. Em
conversa com os jornalistas após o compromisso, destacou que, depois de ter
consolidado a presença na Europa, com a aquisição da inglesa BG Group, por US$
54 bilhões, o Brasil havia se tornado um dos três países prioritários para a
companhia. Atualmente, o País responde por 15% dos seus investimentos globais e
15% de sua produção total. Com os ativos da BG, a Shell, além de deter
participação importante no campo de Libra, passou a ser dona de 25% do campo de
Lula.
Com
isso, também se tornou a maior sócia da Petrobras. “Mas é importante notar que
nossa posição no Brasil está em campos de exploração jovens, então requer muito
capital futuro para expandir o seu valor total”, disse van Beurden. A intenção
não deve ficar só no discurso. O CEO anunciou que vai injetar US$ 10 bilhões
nas operações brasileiras, entre 2017 e 2020. Isso considerando apenas os
projetos já existentes, sem contabilizar áreas que pode adquirir nas novas
rodadas de licitação. “Estamos cientes de que precisaremos repor nossas
reservas aqui no Brasil para os anos 2020”, afirmou. “Vamos acompanhar também a
possibilidade de expandir nosso portfólio na área de downstream (refinamento de
petróleo cru e processamento de gás natural).”
O que chama a atenção é
que essas afirmações aconteceram enquanto a companhia revê investimentos em
todo mundo. A empresa reduziu o investimento planejado até 2020 para não mais
do que US$ 30 bilhões por ano, cerca de US$ 5 bilhões a menos do que o plano
anterior. E também anunciou que pode sair de até 10 países em que atua. Dessa
forma, o foco está voltado aos projetos em águas profundas no Brasil e no Golfo
do México. “A Shell é uma empresa que conhece muito bem o País. Está aqui há um
século”, diz Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
“O pré-sal é uma área muito boa e a extração atual indica que tem mais
produtividade do que se imaginava.”
E
isso é especialmente importante num momento em que os preços do petróleo estão
depreciados. Apesar de uma expectativa de alta este ano para uma cotação média
de US$ 57 por barril de petróleo Brent, em comparação com os US$ 45 do ano
passado, segundo a empresa de pesquisas britânica The Economist Intelligence
Unit, o valor pemaneceria bastante abaixo dos US$ 109 registrados em 2013. A
Shell, uma das pioneiras da exploração offshore, sabe que em poucas áreas do
mundo conseguirá boa rentabilidade com esse patamar de preços.
Em
maio deste ano, a exploração nos campos de exploração em Brent, no Mar do
Norte, na costa escocesa – área que deu o nome ao petróleo cru mais
comercializado do mundo – completará 40 anos. E, numa comemoração às avessas, a
terceira das quatro plataformas da região será descontinuada. Os novos campos
no local têm, em média, potencial de 20 milhões de barris, em comparação com os
500 milhões dos descobertos no início dos anos 1970. Segundo a University of
Aberdeen Business School, com tamanhos tão reduzidos, esses novos campos podem
ficar inviáveis comercialmente sempre que a cotação baixar dos US$
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A
Shell ainda desistiu de encontrar petróleo no Ártico, depois de nove anos e US$
7 bilhões gastos. A exploração no Norte também esbarrava em críticas de
ambientalistas. Outras apostas se mostraram arriscadas. A promessa americana de
extração do gás de xisto sofreu um baque, nos últimos anos. Um acordo entre os
países produtores de petróleo da Opep para aumentar a produção depreciou a
cotação da commodity, colocando em apuros as empresas que buscavam inovar nesse
tipo de extração, incluindo a Shell.
Como
se não bastasse esses reveses, no Brasil, o CEO anterior da Shell, Peter Voser,
desembolsou US$ 2,2 bilhões, apenas em 2012, em projetos de energias alternativas,
especialmente em biocombustíveis, que resultaram na criação da Raízen, em
sociedade com Rubens Ometto, da Cosan. A aposta na energia limpa, no entanto,
sofreu com a política de congelamento de preços da gasolina pela Petrobras,
praticada por ordem da então presidente Dilma Rousseff para conter a inflação,
o que estrangulou o mercado de etanol. Com poucas alternativas, resta à Shell
acreditar que, desta vez, o Brasil lhe dará todo o potencial que promete.
Procurada pela reportagem, a Shell não concedeu entrevista.
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