Leilão de petróleo vai exigir menos conteúdo local
Rio – O governo quer definir nesta quinta-feira, 9, a política
de conteúdo local que será usada em dois leilões de áreas para exploração e
produção de petróleo e
gás natural que acontecerão neste ano – um de pré-sal e outro de pós-sal, a
14.ª Rodada de Licitações.
Segundo
fontes do Planalto, é certo que o compromisso de adquirir volumes mínimos de
equipamentos e serviços no Brasil não vai mais ser considerado como critério
para definir os vencedores das concorrências, inclusive pelas grandes áreas de
pré-sal. A ideia é impor, para cada área leiloada, um porcentual de conteúdo
local, que deve ser inferior aos adotados até então.
O
governo parte da premissa de que grandes petroleiras não virão para o Brasil se
forem obrigadas a gastar 40% mais nos projetos do que gastariam se fossem
livres para recorrer a fornecedores estrangeiros, como ocorre em outros países.
Essa
é a diferença média entre quanto as empresas estimam gastar nos projetos
licitados durante os governos petistas e quanto gastariam se, em vez de comprar
no Brasil, adquirissem os bens no exterior, segundo fonte.
A
indústria nacional criou o movimento Produz Brasil, com sete federações
industriais e sete segmentos produtores para defender o conteúdo local.
“O
governo quer alavancar setores e trazer investimento. O setor de petróleo é uma
oportunidade se alguns de nós forem destravados. Mas, nesse contexto, as
petroleiras estão querendo acabar com o conteúdo local, jogando fora o trabalho
de atração de grandes fornecedores para o Brasil”, afirmou o diretor de
Competitividade da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.
A opinião dos executivos
é que o Ministério de Minas e Energia trabalha a favor das petroleiras,
enquanto o Ministério da Indústria e Comércio Exterior milita pela indústria
fornecedora nacional.
Cada
ministério tem direito a um voto nos encontros do Programa de Estímulo à
Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de
Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor), no qual será
definida a política de conteúdo local do governo do presidente Michel Temer.
Os
empresários propõem que o conteúdo local seja dividido em cinco segmentos –
serviços, infraestrutura, máquinas e equipamentos, sistemas e engenharia de
projetos.
Assim,
esperam combater a ideia que vem ganhando espaço nas reuniões do Pedefor, de
adoção de conteúdo local global, sem divisão por itens que, segundo os
executivos, daria espaço para as petroleiras atingirem a meta de aquisição
local apenas com a contratação de mão de obra e de equipamentos submarinos,
considerados competitivos em relação aos vendidos em outros países.
O
Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que reúne
petroleiras, disse em nota que, apesar de sempre ter defendido o conteúdo
local, os fatos mostram que as normas atuais são complexas e desestimularam
investimentos.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário